Atenção: postagem longa e extremamente pessoal.
O processo de imigração via Quebec não é algo muito fácil de se aguentar. A documentação é difícil, as incertezas são grandes e a ansiedade domina! Bate uma insegurança só de ler as experiências das outras pessoas e saber que você provavelmente vai passar por situações parecidas, enfim, um turbilhão de emoções que poderia ser evitado por mim.Desde que fiz meu primeiro intercâmbio já sabia que o Brasil não era o meu lugar, mas não sabia que caminho tomar para sair definitivamente do país, até que resolvi ir pra Bélgica. Meu intercâmbio pra lá foi planejado por 4 anos.
Eu guardei todo dinheiro que ganhava no meu estágio, guardei tudo que podia e não podia para ir pra Europa, a Bélgica foi escolhida por questões financeiras, minhas preferências sempre foram pela Holanda e pela França mas a Bélgica me ganhou pelo salário que era maior entre os 3 países. E no fim me apaixonei por esse país, pelas pessoas que conheci, por tudo que vivi e com certeza meu maior arrependimento foi ter voltado para o Brasil.
Na minha despedida do Brasil lá em 2009, meus pais tinham certeza de que eu jamais voltaria pra casa e no fundinho eu tinha aquela sensação de que também não voltaria pois era algo que eu buscava desde meus 16 anos. Porém, perto do fim do meu intercâmbio, tudo mudou, meu discurso de quem queria viver pra sempre em terras estrangeiras tinha mudado. Eu não me decepcionei com a vida na Bélgica, muito pelo contrário, amava minha vida, amava a minha host family, as crianças, todo mundo!
Na época, em março de 2010, minha host family tinha me feito uma proposta: Ficar, seguir um mestrado na universidade local e continuar sendo au pair deles com o mesmo salário. Como era residente teria desconto na universidade e como tinha feito as aulas de francês numa escola também local, não precisaria de maiores testes e o pai do meu host se ofereceu pra me ajudar com as dificuldades na língua. Afinal o mestrado seria todo em francês e ela era professor então seria tudo muito bom e perfeito. Porém, a pulguinha da dúvida começou a me perseguir. O Brasil estava indo muito bem financeiramente, era propaganda de prosperidade por todos os lados e eu que nunca tinha trabalhado de verdade na minha área de formação decidi voltar e tentar algo na minha área. Nunca me arrependi tanto de ter tomado essa decisão.
Porém as circunstâncias não eram apenas profissionais, eu tinha meu namorado, que estava na Alemanhã e que não tinha como ficar por lá (talvez até tinha mas também não escolheu ficar). Minha irmã que também estava morando na Europa, tinha arrumado seu namorado estrangeiro e com perspectivas de casamento (ela nunca voltou) e eu me sentia na obrigação de voltar por conta dos meus pais.
Eu não sei quanto tempo aguentaria morar na casa das outras pessoas (eu morei 4 anos sozinha durante a universidade)
Enfim, foram mais ou menos esses fatores que me fizeram voltar. Do momento em que pisei em solo brasileiro já tinha me arrependido.
Meu primeiro ano de volta ao Brasil foi um dos piores da minha vida, fiquei muito tempo desempregada, trabalhei em empregos muito ruins, foi um caos tanto na vida pessoal quanto profissional. Porém um dia as coisas mudam e eu consegui o emprego que estou hoje, fui muito feliz no meu primeiro ano de empresa. Fui pra Bélgica visitar a família e contava como estava feliz com o rumo que as coisas tinham tomado, me sentia muito bem com a vida naquele momento.
Mas tudo mudou novamente e as coisas começaram a ficar difíceis, muitas mudanças aconteceram depois daquele natal de 2011. Uma das coisas mais marcantes foi o falecimento do meu pai, a impotência que senti diante da situação, o atendimento precário do SUS enfim, tantas coisas ruins que dói lembrar. E foi no meio de 2013 que tive certeza que as coisas tinham de mudar e comecei a estudar as possibilidades de imigração pro Canadá e foi ai que mergulhei no processo de imigração, buscando uma vida melhor e buscando amenizar os meus arrependimentos!
Vista da minha janela em Saint Germain / BE - Inverno 2009/2010 |
Olá Rita tudo bem?
ResponderExcluirPuxa que triste sobre seu pai, sinto muito. =/
Quase na mesma época (meados de 2010) eu estava na Holanda. MInha experiência com a família não foi boa, meus entes foram contra minha ida e quando voltei passei pelo mesmo que vc, empregos ruins. Hoje estou em um mais ou menos, mas estou cansada daqui. O interessante é que vc entende francês, parte da sua família já mora fora. E seu namorado está animado para ir?
Boa sorte no processo e um grande abraço.
Oi Izabel, ele é o que mais quer ir, eu, as vezes tenho minhas inseguranças, mas ele está super disposto, inclusive em aprender francês.
ExcluirNão vejo a hora de o tempo passar rápido!!!
Abraços